sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Respira, expira, respira, expira. Segundo especialistas a respiração ajuda no controle das ações, respirar profundamente acalma, é só querer. A gente aprende esse tipo de coisa, quando os nervos estão explodindo e a vontade de chorar é grande, mas o orgulho é maior. O problema é que minha respiração está se normalizando ofegante. E eu estou cansando. Gastei minhas energias e me custa acreditar que pouco tempo se passou para isso acontecer, estou sem voz, sem força, sem amor. E desse jeito não dá. Eu só quero apoio... Se for pedir demais me avise, afinal, eu sei que costumo esperar das pessoas o que eu faço por elas, mesmo sendo uma atitude individualista da minha parte, diria até interesseira. Se você me disser que dizer um "estou com você" é muito complicado, eu entendo, vou começar a aprender que se bastando a gente vai longe. Acho que meu erro é justamente esse, o meu "bastar" é pouco. Eu ainda vejo necessidade em sentir que o mundo conspira contra mim, mas tem alguém que acredita que minhas escolhas são as melhores. 
Eu estou cansada. Muito. Tenho dores, de cabeça, de alma. 
Eu tenho tido vontade de chorar, sempre. E eu não era assim, e essa mudança, de certa forma, me afronta. Não é como se minhas lágrimas fossem um sinal de que algum sentimento bom está despertando em mim, mas é mais como a se tristeza estivesse prevalecendo, mesmo que eu esteja tentando me manter indiferente sobre. Mas sabe o que é pior? Minhas lágrimas são poucas, tão poucas que nem chegam a molhar o travesseiro, são lágrimas pela metade, lágrimas de agonia. 
Cansei das aparências. Cansei dos jogos, das escolhas erradas, do jeito como me olha. Cansei da rotina, cansei do bom dia falso, cansei de mim, de quem me tornei. 
Qual é o motivo para permanecer aqui?
A verdade é que nada me prende. 
É como se buscasse algo, buscasse desesperadamente e nunca encontrasse. Me sinto presa a rotina e o meu natural é ser livre, leve. 
Lágrimas são pontos de interrogação. 
Estou chorando e não me reconheço. E você, me reconhece? Isso se alguma vez chegou a me conhecer. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sapatilhando.


Sabe o que me mata? Sapatilha apertada. Odeio de coração. Uma coisa que foi feita para ser confortável, nos deixar na zona de conforto, de repente nos machuca, incomoda, faz cair lágrimas de arrependimento. Tudo parecia lindo, parecia combinar. E ai decepção... Tipo saltos, veja bem, no pé dos outros é lindo, é gracioso, é perfeito, é único. Mas bem na realidade, aquela pessoa ali, está se explodindo de cansaço, de arrependimento. Para algumas sonhadoras sempre existe o sonho de "encontrar o par perfeito", aquele que não irá machucar, que será lindo, perfeito, que talvez fique gasto, mas sabe como é, sapato bom é sapato gasto. Tem outras que aguentam as dores pelo amor ao sapato, aqui abro um parenteses (lê-se opinião minha), veja bem a pessoa ama o sapato, ok, bacana, mas se o sapato lhe machuca é sinal de que esse amor é masoquismo, vá achar um sapato certo. Outras que amam a ideia do sapato ser perfeito. Outras que simplesmente não estão nem ai e usam tênis (garotas espertas). E tem aquelas, que sim, amam sapatos, amam saltos, amam também as dores que eles causam, mas está tranquila, falida e não pode comprar novos, então ela simplesmente espera, que assim, de repente um presente, "um par perfeito" caía do céu e lhe faça crer que não haverá necessidade de usar mais nenhum dos tantos que já teve no armário, que aquele será o sapato pra vida toda (para a maioria das mulheres "a vida toda" se resume em uma semana ou no máximo 15 dias, mas não é esse o contexto que quero usar). E esperam, e esperam. E de repente alguém lhe dá, e parece ser lindo, e parece ser perfeito, mas é só a sensação de um sapato novo, não é realmente o seu par perfeito. Mas ai já é tarde, presente é presente, você o usou na hora e não dá pra trocar. Mas ai, aparece a luz no fim do túnel, e ela, aquela que sempre quis achar o par perfeito encontra uma sapatilha preta, uma tão básica, tão simples, tão linda, e ela se dá conta que o "seu par perfeito" estava lá. Mas ela resolveu esperar para ver se algo mais bonito, mais cintilante aparecesse e deixou passar a oportunidade de amar. De se encontrar. De estar confortável, feliz. Mas agora... 

É impressionante como mulher ama ser amada, sentir-se amada. É necessidade. E quando esse amor não vem do sexo oposto ela busca um amor companheiro em coisas singelas. Como chocolate em tpm, salão de cabeleireiro numa segunda e sapatos. Mas é gritante a forma como essas coisas simbolizam nosso sentimento em nossos relacionamentos. O amor é como sapato. O amor é como salão na segunda. Como uma bela caixa de bombons no meio do mês. Mas tudo, tudo está ligado com o que sentimos. Se alguém suprisse toda nossa necessidade de ser amada, poderíamos viver nuas e comer grama que seríamos felizes, imensamente felizes. 
O amor me machuca como essa sapatilha que estou no pé. É tudo tão lindo de fora, no inicio a gente sempre acha que irá ceder, que ficará confortável, que por ser tudo tão lindo as dores, os incômodos irão dar lugar para o amor. Mas não acontece, e só incomoda. E ai vem o choro doído. Mas vamos esquecer tudo isso, afinal hoje é segunda, é dia de salão, de comprar sapato novo (esse sem metáfora), de comer muito chocolate e sentir-se amada.
Restituindo: de conseguir amar.

sexta-feira, 23 de março de 2012



Nunca tive um encaixe. Nunca estive num lugar onde sentisse que fazia parte. Sempre fui a deslocada, a que mesmo rodeada de vinte pessoas me sentia só. Sempre fui a esquisita, a louca, a engraçada, a isolada. Sempre fui extremista. Tudo ou nada. Sempre ou nunca. Amo ou desprezo. Meu equilíbrio é inexistente. Uma doida, beirando sempre o precipício da loucura e da razão extrema. 


S.

domingo, 18 de março de 2012

O que fomos...


Hoje, Enquanto fazia uma limpa em meus arquivos, esbarrei em uma de suas músicas. Só os acordes iniciais já foram o suficiente para trazer a tona tudo o que eu jurava já ter esquecido. O que eu sentia por você está tão vivo hoje quanto estava em nossos tempos de glória. Eu ainda sei seus gostos, hábitos, vícios e manias. Ainda acho que a qualquer momento você vai aparecer dizendo “olhe para trás, eu estou aqui”. Não tive coragem de apagar suas fotos, mas cada vez que eu as olho você me interroga sempre perguntando o que aconteceu conosco. A minha bipolaridade, foi isso o que aconteceu conosco. Num dia eu te amava como sempre amei e no outro já era madura demais para essa relação. Só tenho que dizer isso ao sentimento que ainda existe dentro de mim. Suas músicas não me agradam mais, mas a sua voz ainda me envolve. Não sou mais sua fã, agora eu apenas te amo. Um sentimento estranho, que desconheço, toma conta de meu peito. Um misto de amor e dor, constrangimento e satisfação. Não sei quem sou. Sempre fui aquela que te ama incondicionalmente. Sinto-me como um sapato sem par, pior que isso, me sinto como um sapato que jogou fora o próprio par. Não foi você que mudou, não, você continua o mesmo, um pouco mais saudável e com outro cabelo, mas ainda o mesmo. A mesma pessoa maravilhosa e encantadora pela qual eu me apaixonei. Como a sua voz é linda, parece que a cada minuto ela fica ainda mais bonita, como eu adoraria ouvi-la da forma que ouvia antes, com a mesma intensidade. O fim de um amor dói e não estou me referindo a ser deixado. Deixar de amar alguém que já foi tão importante em sua vida dói mais do que ser chutado ou rejeitado, dói mais que tudo, uma sensação de ingratidão toma conta de seu ser. Como pude deixar de amar alguém tão importante na minha vida, que me ajudou e faz parte de minha história? Simples, eu cresci. Lembro-me com carinho de tudo que foi vivido, mas cresci. Nossa etapa chegou ao fim e fui muito feliz enquanto durou. Ainda te amo, não como ama antes, mas amo e acho que amarei enquanto o meu coração bater. Agora só tenho que reaprender a flertar e a não procurar por você no rosto dos outros, não seria justo com eles e nem com você, pois não existe ninguém com traços tão perfeitos quanto os seus. Deus te desenhou a pincel. Na minha medida, nunca pensei que minha medida mudaria. Mudou e ainda está mudando, não sei dizer precisamente qual é só sei que você não se encaixa mais nela. Uma pena, seriamos felizes juntos, mas seremos felizes separados. Eu vou encontrar a minha medida e você a sua. Vamos prosseguir e toda vez que eu ouvir Ready, Set, Go! Irei lembrar como esse amor nasceu dentro de mim.

B.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Você

Estamos todos sentados em volta à mesa. Típico domingo familiar e só consigo pensar em você. Essa prisão em que me encontro é totalmente inversa à felicidade que sinto quando estou com você. Eu me esqueço de todos meus problemas, seus problemas, nossos problemas. É meu momento de paz. A ultima vez que se vimos, você com um sorriso de derreter qualquer coração de gelo, e eu com a cabeça cheia de sonhos, obstáculos e problemas sem solução. Aí você pegou na minha mão. E aí, bem, aí eu me esqueci de tudo. 
E eu queria você comigo agora. Para me fazer sentir pertencente em algum lugar. Sentir-me amada. Essas pessoas ao redor da mesa maximizam tudo o que eu quero esconder, ou apenas não lembrar. Maximizam meus defeitos. Aqueles que você convive bem, e elogia. E então começo a juntar as peças. E acho que meu lugar é com você.
Sim, porque aqui, em meio a esse inferno não é meu lugar. 
Eu penso em você com frequência. Juro. Não tanto quanto queria. Eu queria te amar, te desejar, juntar você aos meus planos. Queria que meu ponto de paz tomasse conta da minha vida. Mas isso não acontece, e eu sofro. Sou apaixonada por você, ou quase. Mas pra amor está longe.
Imagino cenas e quero que você esteja nelas, mas de repente tudo se turva e o que vejo são outros sonhos. Meu amor se chama independência. E eu não queria mais que fosse assim. Eu queria você. Mas você não vem. Não vem porque eu não te chamo, e ai, eu sofro. Sofro porque sou fraca demais pra ligar, insegura demais pra viver na incerteza e carente demais pra ouvir um não. Por trás desse meu jeito largado, eu estou me atando a você, mas ao passo que eu me prendo, eu mesma me solto. 
Te quero. Mas não te amo. E agora como faz? Forço-me a amar. Finjo amar. Luto desesperadamente amar. Mas a inercia é maior. Eu te quero você me quer, mas isso não é suficiente pra me fazer mover um passo até você. E o erro é esse, eu não me movo, quem move é você. 
Eu não te amo. Mas quero. E você? Quer que uma louca te ame? Se sim, então não venha. Eu ajo melhor através da dor. E a pior e melhor dor que eu posso sentir é saudade. Mas aí você me liga, e a inercia volta, e a vontade fica só na vontade.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O primeiro amor



Um filme para se entender que em uma história sempre existem dois lados e dois pontos de vista.


B.


terça-feira, 6 de março de 2012

Pontuando.

Preciso confessar: eu amo os pontos finais. Gosto quando algo acaba, mesmo que tal coisa me tenha feito bem, e a falta irá me machucar. Eu gosto de renovar, de me sentir livre. De ter sempre a folha em branco à espera de algo surpreendente. Sou sedenta por sentimentos, mesmo me privando deles em sua essência mais profunda. Sentimentos verdadeiramente intensos são passageiros, e eu agradeço por isso. Pessoas me cativam, e os sentimentos que me despertam me fascinam. É como se sempre me apaixonasse, mas desapaixonasse logo em seguida, por que algo melhor e maior surgiu. Sou arisca. Só me deixo envolver quando a outra parte não me quer, não arrisco meu bem estar por um friozinho prazeroso na barriga. Beijos ardentes e pegadas fortes não são sinônimo de amor. 
Sempre que inicio algo novo, gosto de já precaver para ambos não se decepcionarem. Sim meu bem, meu caso com você é casual. Isso não é lindo? Você não precisa me ligar amanhã, porque eu verdadeiramente não vou esperar. Não precisa trazer café na cama, porque eu não vou dormir com você, nem me dar nada no dia dos namorados, porque nesse dia nem nos veremos. Não precisa separar gavetas no seu closet, nem me abraçar quando meu avô morrer, minhas roupas estão bem onde estão, e minha família não é assunto do nosso relacionamento. Vamos rir, nos divertir, nos abraçar. Nada demais. Seremos amigos, com benefícios, aquela descrição bem clichê. Seremos útil um ao outro apenas no divertimento, ademais não há com o que se preocupar. Seremos a corda de salvação um do outro quando a coisa ficar tensa, seremos um ponto de paz. Mas reforço o alerta: não se envolva. Não me ame, nem sequer goste. Treine a arte de sentir afeto. Uma coisa pessoal, mas impessoal. Entende? Não? Eu explico: seremos muito íntimos um do outro, mas apenas com as coisas boas. Beijo, cinema com pizza, vinho em uma adega charmosa. Seremos filme no domingo, chopp na segunda e stand up na quarta. Semana de férias pra você na época da TPM e eu te esqueço no carnaval. Está entendendo? Nada de forçações. Nada de vírgulas, de reticências, tudo bem claro. Obviamente você terá casinhos paralelos, e eu serei amante dos meus livros e cds, cada um com sua obsessão, você com bundas alheias e eu com o Chico Buarque. 
E enfim, quando um de nós começar a sentir o coração palpitar, antes que um enfarte aconteça, finalizaremos com um ponto final. Afinal não precisamos disso.
Eu não sou capaz de fazê-lo feliz. Antes que eu seja obrigada a dizer isso pra você, e te magoar, e me magoar, romperemos. Ponto final. 
Ponto final é um ato covarde, assumo. Sou covarde. E se eu não te amei, mesmo em todos os gestos forçadamente impessoais, é porque a falha está no elo mais fraco. Minha força de vontade em me trancafiar dentro de mim é minha maior fraqueza. Meu medo de arriscar um sentimento singelo e a junção de escovas de dentes é a prova que minha indiferença não tem cura. E por mais forte que seja o amor sentido e direcionada à mim, eu o desprezarei. Desprezarei, porque sei que não sei lidar com meus sentimentos extremistas. Ou te amo apaixonadamente ou te odeio desesperadamente, e de todo jeito acabo sentindo algo além do que se espera, do que se aceita. E no meio de tantas extremidades, em uma decepção grande, eu permaneci no meio, e vi que no meio, equilibrada, eu podia ser obsessiva comigo mesmo. Me amando e me protegendo. Mas com um zelo maior que o normal, criei um cercado de arame farpado em torno de mim, com cadeados e alarmes. E isso me impede de chegar até alguém que possa vir a ser bem intencionado. Eu não me permito amar, e não aceito um amor direcionado a mim quando não o quero. Sou assim, presa dentro de mim. Possuo o chave para destrancar tudo, mas prefiro a sensação de falsa proteção. E a única coisa que me faz querer fugir das minhas próprias garras é a sensação que você me passa de querer sempre usar vírgulas. Mas antes que eu me atreva a aceitar isso, meu coração já colocou um ponto final em você.
S.